1. Apresentação
"The connections we make (between individual specialized communities/bodies of knowledge) ensure that we remain current. These connections determine knowledge flow and continual learning (…) To remain relevant, education needs to align with the needs of learners and the changing climate of work. Courses are not effective when the field of knowledge they represent is changing rapidly. We need to respond to these changes in a way that meets learner's needs and that reflects the reality of knowledge required in the work force" (George Siemens, 2013)
O conetivismo concebe o conhecimento humano e forma de o apreender como a organização de um processo complexo, por onde múltiplos componentes se organizam em diferentes fases. A experiência de realizar a aprendizagem, é ela própria uma etapa deste processo, onde a aprendizagem se materializa quando as informações geraram conhecimento para a realização de uma tarefa ou para a resolução de um problema. São as tarefas que permitem organizar a aprendizagem em processos de diferentes funções e de um grau de complexidade elaborado. A aprendizagem e o conhecimento humanos teriam de acordo com Siemens quatro domínios:
1. A aprendizagem por transmissão - O conetivismo aqui não propõe nada de novo, seguindo uma ideia já antiga de que o aluno é integrado em formas diferenciadas de conhecimento, onde acede a conceitos essenciais de uma área de estudo.
2. A aprendizagem por emergência - Neste domínio, o aluno já interioriza conhecimento e pretende-se que aqui já se operacionalize uma aprendizagem significativa, onde o domínio de competências de valor e de pensamento crítico estejam presentes.
3. A aprendizagem por aquisição - Domínio muito exigente, pois o aluno precisa de definirque tipo de conhecimento tem de construir. Implica factores de inteligência emocional e tem obstáculos claros em organizações, como as escolas, onde os objectivos do que se tem de aprender estão já definidos. Tem mérito em sugerir uma criação do aluno no que mais o interessa, mas pode perder critérios de rigor na estruturação do que é feito.
4. A aprendizagem por junção de processos - Domínio que procura dar ao aluno a capacidade de continuamente aprender o que o real lhe coloca e lhe sugere. Aprendizagem realizada pela interacção de diferentes materiais e fontes de informação e que procura na experiência desses processos reivindicar a formação de um conhecimento que sabemos usar.
O conhecimento humano surge-nos como um processo e um produto. Produto pela aquisição de formas de resolver uma questão e produto pelas etapas de compreensão que por diferentes formas fomos solicitados. A aprendizagem é assim construída em múltiplas ocasiões, relaciona-se com a vida e não é uma etapa específica, uma acção limitada a tempos escolares programados (Siemens, 2006). As ideias do conetivismo tem uma larga implicação em questões como a aprendizagem e a mobilidade social, pois pressupõe que se criem espaços novos, uma concepção ecológica que implica uma liberdade criativa que importa salientar. Importância desta concepção ecológica o facto de estar permeável a critérios tão essenciais às organizações sociais como a informalidade, a diversidade tecnológica, a consistência das ideias e projectos, a procura de simplificar ambientes complexos, a descentralização e o apoio online, assim como permeável à experimentação e aos sentimentos de fracasso. O conetivismo supera as antigas teorias da aprendizagem, pois nelas a tecnologia não foi considerada e por isso a transformação do trabalho, a mobilidade social, a aprendizagem informal não eram concebidas. Nesse sentido o conetivismo é mais que uma teoria da aprendizagem, pretende ser uma janela de oportunidades para lidarmos com as questões do conhecimento, tendo em atenção as transformações sociais e culturais que a tecnologia trouxe. Não devemos esquecer que além da aprendizagem esta teoria tem influências significativas na gestão das organizações, na sua liderança, na capacidade de ver a escola como um espaço adaptado a responder ao meio e às suas necessidades culturais e e sociais. Tem ainda grande influência sobre os conteúdos, os media, a difusão da informação e o próprio desenho de ambientes "individualizados" de aprendizagem. É uma imensa possibilidade para realmente transformar a educação e o seu paradigma centralizado e hierarquizado, como o conhecemos.
"The connections we make (between individual specialized communities/bodies of knowledge) ensure that we remain current. These connections determine knowledge flow and continual learning (…) To remain relevant, education needs to align with the needs of learners and the changing climate of work. Courses are not effective when the field of knowledge they represent is changing rapidly. We need to respond to these changes in a way that meets learner's needs and that reflects the reality of knowledge required in the work force" (George Siemens, 2013)
O conetivismo concebe o conhecimento humano e forma de o apreender como a organização de um processo complexo, por onde múltiplos componentes se organizam em diferentes fases. A experiência de realizar a aprendizagem, é ela própria uma etapa deste processo, onde a aprendizagem se materializa quando as informações geraram conhecimento para a realização de uma tarefa ou para a resolução de um problema. São as tarefas que permitem organizar a aprendizagem em processos de diferentes funções e de um grau de complexidade elaborado. A aprendizagem e o conhecimento humanos teriam de acordo com Siemens quatro domínios:
1. A aprendizagem por transmissão - O conetivismo aqui não propõe nada de novo, seguindo uma ideia já antiga de que o aluno é integrado em formas diferenciadas de conhecimento, onde acede a conceitos essenciais de uma área de estudo.
2. A aprendizagem por emergência - Neste domínio, o aluno já interioriza conhecimento e pretende-se que aqui já se operacionalize uma aprendizagem significativa, onde o domínio de competências de valor e de pensamento crítico estejam presentes.
3. A aprendizagem por aquisição - Domínio muito exigente, pois o aluno precisa de definirque tipo de conhecimento tem de construir. Implica factores de inteligência emocional e tem obstáculos claros em organizações, como as escolas, onde os objectivos do que se tem de aprender estão já definidos. Tem mérito em sugerir uma criação do aluno no que mais o interessa, mas pode perder critérios de rigor na estruturação do que é feito.
4. A aprendizagem por junção de processos - Domínio que procura dar ao aluno a capacidade de continuamente aprender o que o real lhe coloca e lhe sugere. Aprendizagem realizada pela interacção de diferentes materiais e fontes de informação e que procura na experiência desses processos reivindicar a formação de um conhecimento que sabemos usar.
O conhecimento humano surge-nos como um processo e um produto. Produto pela aquisição de formas de resolver uma questão e produto pelas etapas de compreensão que por diferentes formas fomos solicitados. A aprendizagem é assim construída em múltiplas ocasiões, relaciona-se com a vida e não é uma etapa específica, uma acção limitada a tempos escolares programados (Siemens, 2006). As ideias do conetivismo tem uma larga implicação em questões como a aprendizagem e a mobilidade social, pois pressupõe que se criem espaços novos, uma concepção ecológica que implica uma liberdade criativa que importa salientar. Importância desta concepção ecológica o facto de estar permeável a critérios tão essenciais às organizações sociais como a informalidade, a diversidade tecnológica, a consistência das ideias e projectos, a procura de simplificar ambientes complexos, a descentralização e o apoio online, assim como permeável à experimentação e aos sentimentos de fracasso. O conetivismo supera as antigas teorias da aprendizagem, pois nelas a tecnologia não foi considerada e por isso a transformação do trabalho, a mobilidade social, a aprendizagem informal não eram concebidas. Nesse sentido o conetivismo é mais que uma teoria da aprendizagem, pretende ser uma janela de oportunidades para lidarmos com as questões do conhecimento, tendo em atenção as transformações sociais e culturais que a tecnologia trouxe. Não devemos esquecer que além da aprendizagem esta teoria tem influências significativas na gestão das organizações, na sua liderança, na capacidade de ver a escola como um espaço adaptado a responder ao meio e às suas necessidades culturais e e sociais. Tem ainda grande influência sobre os conteúdos, os media, a difusão da informação e o próprio desenho de ambientes "individualizados" de aprendizagem. É uma imensa possibilidade para realmente transformar a educação e o seu paradigma centralizado e hierarquizado, como o conhecemos.
2. Dúvidas e dificuldades
O conetivismo procura responder às mudanças sociais e culturais vindas com as ferramentas tecnológicas. Estimula a criação das redes de aprendizagem e de partilha e colaboração, onde encontramos valores capazes de redefinir uma ideia mais eficaz de cidadania e de mecanismos para a exercer. Mas existem dúvidas e dificuldades.
A existência da possibilidade de realizar aprendizagem em suportes não humanos é difícil de aceitar. Sendo essencial considerar a rede como um suporte para as aprendizagens, da socialização, dos modos de vida que a tecnologia e o mundo coloca, o não humano parece-me um exagero. E existem dificuldades de conceber a exploração do digital como uma forma central de aprender e de comunicar. E neste caso, o sistema educativo em Portugal está longe e cada vez mais de incorporar estas possibilidades. Porque a gestão não as pensa como uma possibilidade e por que aquilo que se chama Ministério da Educação não tem uma ideia sobre o lugar da formação na construção de uma sociedade de écrans múltiplos.
O conetivismo procura responder às mudanças sociais e culturais vindas com as ferramentas tecnológicas. Estimula a criação das redes de aprendizagem e de partilha e colaboração, onde encontramos valores capazes de redefinir uma ideia mais eficaz de cidadania e de mecanismos para a exercer. Mas existem dúvidas e dificuldades.
A existência da possibilidade de realizar aprendizagem em suportes não humanos é difícil de aceitar. Sendo essencial considerar a rede como um suporte para as aprendizagens, da socialização, dos modos de vida que a tecnologia e o mundo coloca, o não humano parece-me um exagero. E existem dificuldades de conceber a exploração do digital como uma forma central de aprender e de comunicar. E neste caso, o sistema educativo em Portugal está longe e cada vez mais de incorporar estas possibilidades. Porque a gestão não as pensa como uma possibilidade e por que aquilo que se chama Ministério da Educação não tem uma ideia sobre o lugar da formação na construção de uma sociedade de écrans múltiplos.